O Brasil enfrenta um cenário alarmante com o avanço das queimadas em diversas regiões e a consequente piora da qualidade do ar. A densa fumaça que cobre o país, somada ao calor extremo e à baixa umidade, tem colocado em risco a saúde das crianças, grupo especialmente vulnerável. A Dra. Raisa Cattaneo, infectologista pediátrica, faz um alerta sobre os graves efeitos dessa poluição atmosférica, destacando a importância de medidas preventivas.
O período de seca no Brasil favorece o aumento das queimadas, que geram uma fumaça rica em partículas tóxicas, como monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e material particulado fino. A Dra. Raisa Cattaneo explica que essas substâncias são extremamente prejudiciais, principalmente para as crianças, cujos pulmões estão em pleno desenvolvimento.
“A poluição gerada pelas queimadas compromete diretamente o sistema respiratório das crianças, que são mais suscetíveis aos danos. O material particulado fino, presente em grande quantidade na fumaça, consegue penetrar profundamente nos pulmões, causando irritação e inflamação nas vias respiratórias”, alerta a médica.
Entre os sintomas mais comuns observados em crianças expostas à fumaça estão a tosse persistente, chiado no peito, dificuldade respiratória, irritação nos olhos e no nariz, além do agravamento de doenças respiratórias pré-existentes, como asma e rinite.
QUALIDADE DO AR ATINGE NÍVEIS CRÍTICOS
Em várias regiões do país, especialmente no Centro-Oeste, Norte e Sudeste, a qualidade do ar tem atingido níveis considerados insalubres. As partículas presentes na fumaça, em conjunto com poluentes atmosféricos já existentes, estão provocando uma redução significativa da visibilidade e tornando o ar praticamente irrespirável. De acordo com a infectologista pediátrica, “em algumas cidades, a qualidade do ar já está em níveis péssimos, e o uso de máscaras de proteção se torna indispensável para evitar a inalação de partículas tóxicas”.
Além disso, a fumaça proveniente de queimadas em países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, tem piorado a situação em estados como Rondônia, Mato Grosso e São Paulo, onde há relatos de ar denso e odor de queimado. Com a previsão de continuidade das queimadas, a tendência é que a qualidade do ar continue a se deteriorar, ampliando os riscos à saúde infantil.
AUMENTO DE CASOS EM PRONTOS-SOCORROS
Com a intensificação das queimadas e a má qualidade do ar, hospitais e unidades de saúde em todo o país estão registrando um aumento expressivo nos atendimentos de crianças com sintomas respiratórios agravados pela poluição. “Crianças com doenças preexistentes, como asma e bronquite, são as mais afetadas. O ambiente saturado de poluentes pode levar a crises mais graves e à necessidade de intervenção médica urgente”, afirma a Dra. Raisa.
EFEITOS DE LONGO PRAZO
A exposição contínua à fumaça pode trazer consequências graves a longo prazo. Estudos indicam que a inalação frequente de poluentes atmosféricos aumenta o risco de desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas, além de comprometer o crescimento pulmonar nas crianças.
“O problema não se restringe aos sintomas imediatos. Crianças que crescem expostas a altos níveis de poluição têm mais chances de desenvolver problemas respiratórios ao longo da vida, como infecções pulmonares e condições crônicas”, destaca a médica.
COMO PROTEGER AS CRIANÇAS
Diante desse cenário crítico, a Dra. Raisa Cattaneo lista algumas medidas que os pais podem adotar para proteger a saúde respiratória dos filhos:
- Evitar a exposição ao ar livre: Sempre que possível, mantenha as crianças em ambientes fechados, especialmente nos dias de pior qualidade do ar.
- Ambiente protegido: Feche portas e janelas para impedir a entrada de fumaça em casa. O uso de toalhas úmidas nas frestas das janelas e portas pode ajudar a reduzir a entrada de poluentes.
- Purificadores de ar: Se disponível, utilize purificadores de ar para melhorar a qualidade do ar dentro de casa.
- Hidratação: Manter as crianças bem hidratadas é essencial. Além disso, o uso de soro fisiológico pode aliviar irritações nas vias respiratórias e nos olhos.
- Evitar atividades físicas: Limite a prática de esportes e brincadeiras ao ar livre, pois a inalação de poluentes durante o esforço físico pode ser ainda mais prejudicial.
- Acompanhamento médico: Caso a criança apresente tosse persistente, dificuldade para respirar ou chiado no peito, procure atendimento médico imediatamente.
Para mais informações e orientações, acompanhe o Instagram da Dra. Raisa Cattaneo clicando aqui